terça-feira, 30 de agosto de 2011

CUIDADOS COM CRIANÇAS


FACULDADE METROPOLITANA DE FORTALEZA
CURSO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA DE INFORMÁTICA
Professor Rodrigo
Aluna:valderina Barroso












CUIDADOS COM CRIANÇAS




















FORTALEZA
2010

INTRODUÇÃO


É corriqueiro perceber os cuidados com crianças, tendo em vista a fragilidade que possuem, contudo, as pessoas que se voltam para esse cuidado, geralmente, se concentram no tratamento de doenças comuns da infância e esquecem a importância da prevenção não só da saúde física, mas também, da saúde mental e social da criança, visando garantir o desenvolvimento saudável da mesma.
As primeiras tentativas de construir o conceito de saúde partiram de Boorse (1975, p.101) com a noção de saúde como ausência de doença. Já para a OMS saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
Canguilhem (1990, p. 35) coloca a saúde como uma questão filosófica, pois sem ela, se confundia a saúde individual, privada e subjetiva, ou seja, o conceito do autor considera que a saúde se realiza na história de vida do sujeito, sendo a idéia de uma saúde filosófica, é possível tomá-la como objeto científico.
A idéia de Boorse (1975), “saúde como ausência de doença” não dispõe de embasamentos para os processos e fenômenos referidos à vida, saúde, doença, sofrimento e morte em nenhum dos níveis de realidade, tratando-se de um grande problema de lógica, a ser resolvido pela superação da antinomia entre saúde e doença.
Essa questão de proteção da saúde se dá através de um conceito estrutural de risco como possibilidade enquanto o conceito epidemiológico de risco de probabilidade.
Nesse contexto, da saúde como bem estar físico são necessários cuidados de prevenção e cuidados voltados para o melhor desenvolvimento da criança, principalmente, nos cinco primeiros anos de vida, período no qual precisam de uma atenção especial, já que estão estruturando a base de seu desenvolvimento, sendo estes que influenciarão durante toda sua vida.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo pesquisar e promover o cuidado com crianças nos primeiros cinco anos de vida, dando ênfase a um desenvolvimento saudável. E como objetivos específicos: traçar o desenvolvimento motor e comportamental da criança; verificar a importância dos cuidados com a criança; e demonstrar que as pessoas que cuidam das crianças também necessitam de cuidados.
Para tanto, este estudo se utilizou de pesquisa em livros, revistas, artigos e sites relacionados ao assunto, trazendo em tópicos distintos o desenvolvimento motor e comportamental da criança, a importância dos cuidados com a criança e os cuidados com cuidadores de crianças.






























SUMÁRIO


1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPOTAMENTAL DA CRIANÇA 3
2 A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS COM A CRIANÇA 5
3 CUIDADOS PARA PESSOAS QUE CUIDAM DAS CRIANÇAS........................ 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................... 10
REFERENCIAS........................................... 11































1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E COMPORTAMENTAL DA CRIANÇA


As etapas do desenvolvimento emocional de uma criança representam momentos de passagem que levam à incorporação de experiências vividas e determinam a entrada e a saída de etapas, que se caracterizam por acontecimentos específicos que trazem na bagagem genética da célula, valores biofisiológicos, emocionais-afetivos e intelectivos, que serão transportados para todas as outras células durante todo o processo de desenvolvimento. (REICH, 1995 apud VOLPI; VOLPI, 2007).
Para Gesell (2002), comportamento é um termo adequado para todas as reações da criança, à medida que o sistema nervoso da criança sofre diferenciações ligadas ao crescimento, as formas de seu comportamento também se diferenciam. Desta forma, pode-se dizer que comportamento é o termo empregado para indicar a forma que as crianças se apresentam, é a reação do indivíduo ao ambiente.
Piaget (1984) ao observar o comportamento de crianças desenvolveu teorias indicando estágios do desenvolvimento psicológico infantil durante o qual, a cada fase, a criança apresenta um comportamento característico. Está dividido em 4 períodos: sensório-motor, pré-operacional, de operações concretas e de operações formais.
O período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos de idade) consiste na atividade cognitiva, durante este estágio e baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interação com o meio, esta é uma atividade prática. Nesse período a criança limita-se à experiência imediata, pois a organização mental da criança está em estado bruto, assim o que a criança aprende e o modo como o faz, permanecerá como uma experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. A procura visual é de suma importância para o desenvolvimento da criança e para Piaget faz parte do comportamento sensório-motor, o autor ressalta que à medida que evoluem o sentido da visão estão também evoluindo intelectualmente, passando a compreender que mesmo quando um objeto some de vista, o mesmo continua a existir.
De acordo com Piaget (1984) após os 2 anos de idade inicia-se o que chama e período pré-operatório ou pensamento intuitivo. Este estágio consiste em um processo de assimilação, acomodação e adaptação. Piaget elucida que a criança durante essa fase já utiliza a inteligência e o pensamento, sendo capaz de representar suas experiências através diferentes significantes, como os jogos, os desenhos, a linguagem, a imagem e o pensamento, o animismo, o realismo, o finalismo e o artificialismo. Esse período se estende até os 7 anos de idade.
O período de operações concretas que se caracteriza dos 7 aos 12 anos de idade, é a partir deste estágio as crianças começam a ver o mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. A criança adquire a capacidade de realizar operações, no entanto, precisa de realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da realidade concreta para que seja possível efetuar as operações.
No período de operações formais (com início aos 11 anos de idade) a criança realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às representações abstratas. É nesta fase que a criança desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas existências e dúvidas entre o certo e o errado.
Segundo Volpi e Volpi (2007, p. 2), o desenvolvimento da criança é dividido em cinco etapas:
• A primeira etapa (etapa de sustentação): inicia-se na fecundação e termina no momento do nascimento, pois é um período de íntimo contato corporal, emocional e energético entre a mãe e o bebê.
• A segunda etapa (etapa de incorporação): inicia-se após o nascimento e termina com o desmame, que deverá ocorrer por volta do nono mês de vida, quando o bebê já tem dentes suficientes para triturar seu próprio alimento. Nessa etapa, o bebê abandona o útero para se ligar ao seio da mãe, assimilando tudo o que vier do mundo externo. O bebê já pode demonstrar fome através do choro ou agitação.
• A terceira etapa (etapa da produção) tem seu início com o desmame e se estende até o final do terceiro ano de vida. Nessa etapa, a energia da criança está inteiramente voltada à construção de pensamentos, gestos, brincadeiras, jogos, relacionamentos, etc. Ocorre o desenvolvimento da autoconsciência, o que lhe permite desenvolver a capacidade de antecipar os acontecimentos.
• A quarta etapa (etapa da identificação) se inicia a partir dos 4 anos, e se estende até o final do quinto ano de vida, a energia volta-se para a descoberta dos genitais e a criança passa a distinguir a diferença entre menino e menina e a ter uma idéia segura quanto ao sexo que pertence. Aos poucos vai saindo do campo familiar e voltando-se cada vez mais para o campo social.
• A quinta etapa tem início ao final dos cinco anos de idade e se estende até a puberdade. Aqui ocorre a identificação da criança com o pai do mesmo sexo e a masturbação fica mais evidente. Aos poucos a criança vai encontrando a sua própria identidade..

Em relação à auto-estima da criança, Bastos (2005, p. 90) salienta que a criança desenvolverá durante sua vida com base nas relações que estabelece com os outros. São inúmeros fatores que contribuem para este desenvolvimento, sendo o meio social o principal destes fatores “os primeiros meios sociais que a criança tem acesso são as instituições família e a escola e nestes contextos que começará a ter e trocar as suas primeiras experiências positivas ou negativas”.
É essencial que se tenha conhecimento sobre as alterações e adaptações que o organismo da criança e do adolescente sofre durante o período de crescimento, bem como, de que forma estas alterações influenciam na capacidade física e na resposta ao exercício.
Desenvolvimento motor pode ser definido como a capacidade do homem em realizar funções cada vez mais complexas, sendo o resultado do intercâmbio entre os fatores biológicos e culturais, desta forma, a aquisição de novas habilidades está diretamente relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros seres humanos do seu grupo social. Whitall (1995) elucida que o movimentar da criança é fundamental para sua interação com o meio em que está inserido, e salienta que é na infância que a maioria do desenvolvimento motor se concentra.
Vale ressaltar que o desenvolvimento motor é um processo contínuo e longo, sendo os primeiros anos de vida, decisivos para o individuo, pois é durante esse período que será determinado que tipo de adulto se tornará. (HOTTINGER, 1980).
Assim, o desenvolvimento motor se inicia nos primeiros anos de vida e vão se aperfeiçoando gradativamente. Harrow (1983, p. 91) desenvolveu uma classificação para o desenvolvimento motor que apresenta os seguintes níveis: movimentos reflexos, habilidades básicas, habilidades perceptivas, capacidades físicas, habilidades específicas, comunicação não-verbal.
Os movimentos reflexos consistem em respostas automáticas e involuntárias que permitem, em primeiro lugar, a sobrevivência do recém-nascido e, em segundo lugar, a interação do bebe com o ambiente, o que caracterizará, no futuro, atos voluntários. As habilidades básicas são as atividades voluntárias que permitem a locomoção e manipulação em diferentes situações, caracterizadas por um objetivo geral, servindo de base para aquisição futura de tarefas mais complexas, como andar, correr, saltar, arremessar, chutar etc. As perceptivas são aquelas que envolvem a percepção, através das quais os estímulos visual, auditivo, tátil recebidos são interpretados pelos centros cerebrais superiores que emitem uma decisão como resposta, possibilitando o ajuste ao ambiente. As Capacidades físicas são as características funcionais essenciais na execução de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao executante uma melhoria do nível de habilidade. Dentre essas capacidades estão: a força, a flexibilidade, a resistência e a agilidade. As habilidades específicas consistem em atividades motoras voluntárias mais complexas e com objetivos específicos, como a cortada no voleibol, o chute no futebol, o arremesso à cesta e a bandeja no basquetebol. A Comunicação não-verbal são as atividades motoras mais complexas, organizadas de maneira que a qualidade dos movimentos apresentados permita a expressão, como na dança, ginástica rítmica desportiva e até mesmo ginástica olímpica.
Na fase escolar a criança é extremamente ativa e possui habilidades motoras que lhe permitem explorar de modo eficiente o meio em que vive. Porém, atualmente, com a facilidade trazida pelo avanço tecnológico, cada vez mais as crianças vão sendo induzidas às condições de sedentarismo por preferir em permanecer durante longos períodos nos quartos sentados ou deitados jogando vídeo games, assistindo TV, ou navegando na internet. Sendo hoje, estes mais apreciados do que as atividades lúdicas como futebol, correr, andar de bicicleta, enfim, atividades que auxiliam no seu desenvolvimento neuropsicomotor normal e ajudam a perder calorias.
A infância se caracteriza como um excelente período para estimular hábitos e comportamentos de um estilo de vida mais saudável, os quais quando são adquiridos nessa faixa etária, demonstrando uma maior probabilidade de serem transferidos para a idade adulta.




2 A IMPOTÂNCIA DOS CUIDADOS COM A CRIANÇA



Durante a infância o indivíduo possui necessidades essenciais como brincar, dormir, repousar, segurança emocional, afeto, atenção, enfim, necessidades que lhe trazem a oportunidade de desenvolver habilidades adequadas para seu desenvolvimento saudável e a manutenção de sua saúde, e ainda, a participação de uma rede estável e acolhedora.
As experiências que a criança vivencia durante a infância refletirão na sua formação pessoal e social, se a criança sente-se confiante, aceita, atendida, cuidada e amada, ela estará pronta para a formação de sua identidade e conquista de sua autonomia.
Os cuidados com as crianças devem iniciar desde a gravidez através do chamado pré-natal, onde a mãe é acompanha por um médico recebendo todas as orientações necessárias para que o bebê nasça saudável.
Ao nascer, ainda na maternidade, de acordo com Ziegel e Mecca (1985), o recém nascido deve receber uma observação cuidadosa por parte dos enfermeiros, proporcionando ao mesmo o banho, a alimentação, a profilaxia das infecções, enfim, o preenchimento de todas as necessidades do bebê, e ainda, deve proporcionar uma facilidade no relacionamento entre mãe e filho, passando todas as orientações necessárias para o cuidado com a criança.
Para Orlandi e Sabra (2005) é importante que os enfermeiros tenham consciência que estão prestando cuidados a um ser com grandes possibilidades de portar infecções, devendo ser manuseado com sobriedade.
Enquanto recém nascido é necessário que seja feito também o cuidado diário na área umbilical, limpando a área em torno do umbigo com uma técnica asséptica, utilizando álcool a 70% até que o mesmo caia, salienta-se que esse cuidado deve ser estendido à mãe ou cuidador quand a criança sai do hospital. (ORLANDI; SABRÁ, 2005).
Em relação à imunização de doenças, a mãe ou cuidador deve ser orientados pelos profissionais de saúde no que s refere ao Calendário Básico de Vacinação, que possui as vacinas gratuitas e imprescindíveis às crianças, e em casos necessários que informe da existência de outras vacinas que necessitam de pagamento. É essencial que o profissional de saúde observe se as vacinas da criança estão em dias e em caso negativo, informe à mãe ou
cuidador para que seja regularizado. (MINISTÈRIO DA SAÚDE, 2005).
Não se pode deixar de mencionar o conhecido Teste do Pezinho, que de acordo com o Ministério da Saúde (2005) deve ser feito até o quinto dia de vida do recém nascido, com o objetivo de detectar doenças como hipotiroidismo, fenilcetonúria, anemia falciforme e fibrose cística, estas que podem ser tratadas quando detectadas no início, minimizando as repercussões sobre a saúde da criança. Os profissionais de saúde devem orientar aos pais ou cuidadores sobre a importância deste teste.
Orlandi e Sabrá destacam ainda a icterícia esta que se desenvolve em cerca de 50% dos recém nascidos, merecendo atenção dos profissionais de saúde.
Outro fator de suma importância é o aleitamento materno, este que é fundamental para a saúde das crianças em geral. Segundo Nascimento e Isller (2003, p. 63):

A amamentação natural é um aliado na redução dos índices de mortalidade infantil, diminui a probabilidade de processos alérgicos e gastrintestinais nos primeiros meses de vida do bebê, proporciona melhores indicadores de desenvolvimento cognitivo e psicomotor, favorece o adequado desenvolvimento de estruturas da face, entre outros benefícios.

Desta forma o aleitamento materno é recomendado por pesquisadores da área de saúde, que afirmam ser de grande importância o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida.
O leite materno possui todos os nutrientes necessários para o crescimento da criança até os seis meses de vida, não sendo necessário nem mesmo a utilização de água.
As vantagens do aleitamento são inúmeras tanto para a mãe, como para a criança. Ele possui anticorpos que protegem o bebê de possíveis infecções. Estudos comprovam que crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses têm melhor desenvolvimento e inclusive ficam prevenidas de doenças na infância. Ele estimula a inteligência da criança e favorece o desenvolvimento do sistema nervoso, além de ser rico em ferro, o que evita uma possível anemia.
Apesar dos vários estudos e aconselhamentos acerca da importância do aleitamento materno, é comum o desmame precoce ou a inserção de outros alimentos antes dos seis meses, como água, chás, sucos e outros. Silva assevera que “as concepções e valores assimilados no processo de socialização interferem na prática da amamentação, cada sociedade cria percepções e construções culturais sobre o aleitamento materno, traduzindo-se em saberes próprios”. (1990, p. 43)
Além disso, o aleitamento materno é a forma mais antiga de contato íntimo entre o recém nascido e a mãe, oferecendo proteção e desenvolvimento no crescimento da criança.
A prática da não amamentação expõe o recém-nascido a maior risco de morte e doenças, decorrentes da perda de fatores de proteção encontrados no leite materno.
Nesse contexto, a amamentação exclusiva até os seis meses previne a desnutrição infantil, sendo o leite materno reconhecido como alimento adequado não só por sua disponibilidade em energia, macro e micronutrientes, mas também pela proteção que confere contra as doenças. Além de que, a ausência do leite materno até os seis primeiros meses de vida contribui para o declínio de hemoglobina, causando a anemia.
A promoção da amamentação exclusiva deve ser vista como um ato prioritário para a melhoria da saúde e da propriedade de vida das crianças e de suas famílias. As táticas de promoção da amamentação devem variar de acordo com a população, sua cultura, seus hábitos, suas crenças, sua posição sócio-econômica, entre outras características, pois a contribuição do aleitamento materno para a sobrevivência das crianças depende da idade das mesmas, do tempo de amamentação e do tipo de população. As crianças de baixo nível sócio-econômico se beneficiam mais com o aleitamento materno, especialmente se for exclusivo, isto é, sem complementação com outros alimentos, incluindo água ou chás.
Além das vantagens da alimentação natural, as mães devem ser informadas quanto às desvantagens da introdução precoce de leites artificiais, além das dificuldades que podem surgir e estar preparadas para preveni-las ou superá-las. Os dez passos para uma amamentação saudável podem ser vistos no quadro a seguir:

Ter uma norma escrita sobre aleitamento que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento.
Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico.
Praticar o alojamento conjunto-permitir que mães e bebês permaneçam juntos -24 horas por dia.
Encorajar o aleitamento sobre livre demanda.
Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
Encorajar o estabelecimento de grupo de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.
Quadro 1 - Os dez passos para o sucesso do aleitamento materno
Fonte: OMS/UNICEF, 1989

Voltando-se para o crescimento da criança, de acordo com o Ministério da Saúde (2005) para que a criança tenha um bom desenvolvimento são necessárias boas condições de saúde ocular, auditiva e mental. Por esse motivo, recomenda-se que seja feito um acompanhamento por profissionais de saúde, no que concerne ao peso, à altura, à alimentação, ou caso sejam identificadas alterações, para que assim, em casos de detecção de problemas, se possam tomar as melhores providências para a melhoria da criança.
Vale destacar que o contato da criança com o serviço de saúde não depende do fato ou queixa que o motivou, deve ser visto como uma forma para que seja feita uma análise integrada e preventiva de sua saúde. O acompanhamento sistemático do crescimento da criança constitui o eixo central do atendimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
Essa avaliação periódica feita pelos profissionais de saúde possibilita que seja avaliado o crescimento individual, podendo-se perceber casos de desnutrição ou obesidade, e assim, providenciar os devidos cuidados, estes que são específicos de cada caso.
O Ministério da Saúde (2005) destaca que o acompanhamento relativo ao desenvolvimento físico se faz importante, mas também o acompanhamento do desenvolvimento maturativo, social e psicoafetivo são imprescindíveis. Durante esse acompanhamento é possível, ainda, que o profissional de saúde observe a maneira como o cuidador das crianças e seus familiares se relacionam com as mesmas.
Outro fator de destaque é a importância do brincar para o desenvolvimento da criança, Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, as brincadeiras representam grande importância na vida de uma criança, é através do ato de brincar que a criança se torna criativa, que adquire facilidade para se relacionar, e se constitui como um todo.
Pode-se definir brincadeira, como:

Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. (HUIZINGA, 1996, p. 33 apud BROTTO, 2001, p. 11)

Dessa forma fica claro que a brincadeira desenvolve os limites da criança, por esta obedecer voluntariamente e sem pressões, as regras propostas por determinada brincadeira ou jogo.
De acordo com Kishimoto (2001), toda a vida da criança é permeada pelo brincar e pelo fantasiar, o autor elucida que é no momento da brincadeira que a criança experimenta novas habilidades, exercita sua imaginação, sociabilidade e criatividade. Assim, pode-se dizer que o ato de brincar se entrelaça com o desenvolvimento psíquico, emocional, cognitivo e social.
O brincar é a reflexão da constituição de um sujeito humano que irá estabelecer sua relação com os objetos através do Outro primordial: a mãe. Para a psicanálise, a mãe ou pessoa cuidadora representa um elemento de grande importância para a entrada do bebê no mundo do Outro, pois se sabe que é partir dos desejos maternos depositados sobre o bebê, através do olhar, das brincadeiras que se dará a estruturação psíquica da criança.
Vale ressaltar que à medida que o bebê cresce, suas habilidades aumentam e consequentemente sua forma de brincar, assim enquanto estão brincando estão aprendendo e desenvolvendo cada vez mais habilidades.
A autora afirma também que o ato de brincar não é apenas um mero ato intrínseco das crianças e sim um ato de todas as pessoas, pois todas têm a capacidade de brincar, sendo vital na vida de qualquer pessoa
O ato de brincar, desta forma, também representa uma absorção cognitiva, emocional, moral e social e ainda uma forma de estimular seu raciocínio lógico, pois ela sofre influência mútua entre o mundo da fantasia e da realidade, sendo assim, de grande influência para o desenvolvimento da criança..



3 CUIDADOS PARA PESSOAS QUE CUIDAM DAS CRIANÇAS


A criança recebe influência de vários meios principalmente, dos pais, com quem possuem o primeiro contato, e vão continuar mantendo esse contato por um tempo indeterminado, E posteriormente com a escola e seus integrantes professores, gestores, e outras crianças.
A educação pré-escolar consiste na primeira etapa da educação básica, e vem complementar a ação educativa da família favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo como objetivo a inserção da criança na sociedade como um ser livre e autônomo.
Não se pode negar a grande importância da família pela sua forte influencia no processo de aperfeiçoamento da criança dentro da sociedade, pois é com ela que ocorre os primeiros contatos da criança. Os genitores têm uma sobrecarga adicional em vários aspectos de sua dinâmica individual e familiar, especialmente no que tange aos aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades de cuidado da criança (SHAPIRO; BLACHER; LOPEZ, 1998).
A educação da criança é de fundamental importância principalmente por ser um fator fundamental na formação da sua personalidade, sendo a família, essencial no processo de educação, sua presença ajuda e esclarecer, modificar e estudar, o processo de adaptação social e cultural.
De acordo com Andery (2003), a relevância dos pais no desenvolvimento de uma criança, não se limita apenas ao vínculo que se estabelece entre eles, mas também, na maneira como interagem uns com os outros, pois é a partir dessa interação e, das experiências que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na formação das crianças como indivíduos.
A educação infantil deve proporcionar experiências que alimentem e facilitem o desenvolvimento e formação da criança, levando em consideração o sistema intelectual que a criança utiliza num determinado momento, no entanto não temos como tratar a criança analisando somente sua natureza, desvinculada das relações sociais existentes.
Segundo Maluf (2000), o educador deve preparar seu projeto tendo em vistas atividades que levem em conta atividades significativas às crianças, que devem ser embasadas na espontaneidade das brincadeiras, ou seja, o educador necessita apresentar uma circunstância que condicione a realização das brincadeiras e intervir no desenvolvimento do faz-de-conta.
A família é importante no processo de esclarecimento de dúvidas das crianças. Os meios de comunicação, que bombardeiam com programas de baixa qualidade são hoje um grande impasse na educação das crianças. Portanto, o importante é que os pais tenham claro o tipo de orientação que desejam para seus filhos, e que lhes ofereçam outras opções de entretenimento, para que a criança aproveite sua fase infantil da melhor forma possível.
Weber (2007) propôs quatro padrões de interação entre ais e filhos: o estilo autoritário, o estilo permissivo, o estilo negligente, e o estilo participativo. O estilo autoritário se caracteriza por pais altamente exigentes, impõem regras e limites rígidos e inflexíveis, com o objetivo de conseguirem obediência e controle. A autora ressalta que esse padrão promove o desenvolvimento de crianças obedientes, mas muito submissas, com baixa auto-estima e, altos índices de depressão, ansiedade e estresse.
O estilo permissivo é aquele onde os pais têm um baixo nível de exigência, oferecem coisas materiais em excesso, consideram as vontades e sentimentos da criança e esquecem os próprios. De acordo com a autora este tipo de pais são aqueles que não conseguem dizer não, e estabelecem poucos limites e regras, tornando a criança dependente de coisas materiais, com baixa tolerância à frustrações e, não se acham capazes de realizar as coisas por si mesmas.
Os negligentes são aqueles que permitem tudo a seus filhos, mas não possuem papel de educadores, estabelecem poucos limites e oferece pouco afeto e com seus filhos desenvolvem baixo desempenho, e uma maior probabilidade de depressão, pessimismo, baixa auto-estima e estresse. Também podem desenvolver comportamentos anti-sociais e apresentar, além de desenvolvimento atrasado, grande sentimento de culpa em relação a isso. (WEBER, 2007).
Por fim, o estilo mais adequado que é o participativo, que se caracteriza por pais com alto nível de exigência, porém, estão sempre acessíveis para conversas e trocas. Este estilo de pais impõe bastantes limites, contudo, compensam com muito afeto. Seus filhos aprendem a respeitar o direito dos outros, sabem as consequências de seus comportamentos e, sentem-se amados e valorizados. São crianças com auto-estima poucas possibilidades de estresse e depressão, e apresentam boas habilidades sociais. (WEBER, 2007).
Nesse contexto, a família é importante agente na construção do comportamento da criança, pois é onde se inicia a cultura do azul e do rosa determinando atitudes e papéis sociais que diferenciam meninos e meninas, homens e mulheres.
Convém ressaltar que a tarefa de cuidar adequadamente de um ser em formação é extremamente difícil, pois exige dos educadores capacidade de lidar com os conflitos gerados pelos impulsos dos jovens em direção ao prazer imediato.
Sabendo-se que a escola também é, sem dúvidas, essencial para a formação do indivíduo, no seu aprendizado e em seu caráter. Assim, é essencial a integração entre família e escola, sendo a família um componente fundamental para o melhor desempenho das instituições, e para o desenvolvimento da criança.
Levando-se em conta toda essa responsabilidade dispensada aos pais ou familiares que lidam diretamente com a educação da criança, bem como, os professores, não é difícil imaginar a sobrecarga emocional dos mesmos.
Não se pode esquecer a hiperatividade comum na maioria das crianças, caracteriza por atos impulsivos, por teimosia, enfim, características comuns da infância, que dificultam a educação das mesmas.
Tendo isso em vista, pode-se compreender o estresse de muitos pais e educadores, além da sobrecarga de responsabilidade sob a educação, o desenvolvimento motor e comportamental da criança, ainda se ver frente à dificuldades impostas pela própria criança.
Apesar de ser um fato compreensivo deve-se considerar que as crianças precisam de um ambiente calmo, harmonioso, em que receba atenção e afeto, para que seu desenvolvimento seja saudável, portanto, pais e educadores estressados podem levar prejuízos para desenvolvimento da criança, pois passará a brigar, a gritar, muitas vezes até a correção com palmadas, representando prejuízos graves.
Nesse contexto, os pais ou cuidadores de crianças, assim como, professores, também merecem cuidados especiais, especialmente, apoio e incentivo. Deve-se observar que se uma pessoa não possui tempo para si mesma, não possui conhecimento de cuidados com crianças, ou uma motivação e controle para executar essa difícil tarefa, tampouco, ela conseguirá disponibilizar tempo para sua criança, o motivando, estimulando, dando atenção e afeto.
Desta forma, o apoio de familiares, amigos, educadores, e em casos mais necessários, o acompanhamento de um psicólogo podem fazer uma grande diferença tanto para a vida do cuidador quanto para a da criança em si.
Diante do exposto, ode-e entender a importância dos cuidados não só com as crianças, mas também para os pais, cuidadores ou educadores que lidam diretamente com a educação e o desenvolvimento da criança.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



Todos os dias pode-se ver pais e cuidadores cuidando das crianças, tentando educá-las, inserir uma boa alimentação em sua rotina, enfim, tentando passar uma educação que possa assegurar o seu futuro. O mesmo fazem os professores e profissionais de saúde, que estão sempre aptos a passar seu conhecimento e ajudar no desenvolvimento das crianças.
Mesmo desempenhando todas estas tarefas, muitos desconhecem que esse fato é essencial para toda a vida da criança, tendo em vista que a educação e os cuidados que recebe refletirão por toda sua vida.
Pode-se dizer diante deste estudo que o crescimento e o desenvolvimento de uma criança dependem da disponibilidade e da qualidade de quatro fatores: dos serviços de cuidados de saúde; de um ambiente familiar saudável; dos cuidados emocionais; de uma nutrição saudável.
No caso de dificuldade de acesso a recursos como uma alimentação saudável, os cuidados em casa são essenciais para garantir a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento da criança.
O acompanhamento de profissionais de saúde no crescimento da criança é primordial, pois é através deste acompanhamento que será possível detectar possíveis problemas no crescimento ou desenvolvimento, ou ainda, alguma patologia que venha se apresentando.
Porém, vale destacar, que é fundamental que os pais ou cuidadores sigam as orientações passadas pelos profissionais de saúde, seja na administração de medicamentos, ou mesmo nos cuidados de higiene, pois em caso de não serem seguidas as orientações o trabalho do profissional será em vão, nesse contexto, os cuidados no domicílio devem ser sempre lembrados e considerados.
Sem esquecer que as pessoas que cuidam de uma criança em casa devem priorizar um ambiente tranqüilo e harmônico que proporcione o bem estar da criança, e ainda, deve educá-la e ensiná-la os princípios básicos, como alimentação e higiene.
Com toda essa sobrecarga é essencial que os pais ou cuidadores também possuam cuidados, sendo motivados, elogiados, apoiados e quando necessário recebendo aconselhamentos, e em casos mais amplos, a ajuda de um psicólogo é de grande importância.
Por fim, salienta-se que cuidar de uma criança focando em desenvolvimento saudável é bem mais complexo do que as pessoas imagina, trata-se de uma gama e atividades a serem executadas, como preparar alimentos nutritivos e saudáveis, garantir a educação escolarização, garantir boa saúde, amor, afeição, atenção, lembrando-se sempre que elas são as futuras gerações.







REFERÊNCIAS


ANDERY, M. A. Aprender: uma questão de seguir regras ou de apostar na experiência? In: “Comportamento Humano II: tudo (ou quase tudo) que você gostaria de saber para viver melhor”. Brandão, M.Z. da S.; Conte, F.C.de S.; Mezzaroba, S.M.B. (Orgs). Santo André: ESETec, 2003.
BASTOS B. S. M. P. A auto-estima da criança que sofre violência física pela família. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Psicologia, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.
BOORSE C. On the distinction between Disease and Illness. Philosophy and Public Affairs, 1975.
CANGUILHEM G. La Santé: Concept Vulgaire et Question Philosophique. Toulouse: Sables, 1990.
GESELL, Arnold. Diagnóstico do desenvolvimento: avaliação e tratamento do desenvolvimento neuropsicológico no lactente e na criança pequena, o normal e o patológico. Editores: Hilda Knobloch e Benjamin Passamanick. 3. Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para a utilização da caderneta de saúde da criança. Agência Nacional de Saúde Suplementar, 2005.
PIAGET, Jean. Para Onde Vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.
VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara. Vivenciando as etapas do desenvolvimento emocional e mapeando as emoções no corpo humano. Curitiba: Centro Reichiano, 2007. Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos.htm. Acesso em: 01/10/2010.
WEBER, L. Eduque com carinho. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2007.
ZIEGEL, Erna E.; MECCA, S. Cranley. Enfermagem Obstétrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 1985.

ORLANDI, Orlando V.; SABRÁ, Aderbal. O Recém-Nascido a Termo. In: FILHO, Jorge Rezende. Obstetrícia. 10ºed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

projeto gravidez na adolescência

1 INTRODUÇÃO

Adolescência deriva do latim adolescere, que significa “crescer”. É um período do processo evolutivo do ser humano, no qual ocorrem inúmeras modificações físicas, psicológicas, emocionais e sociais. Durante essa fase surgem novos desejos, dúvidas, curiosidades e descobertas.

Para TAKIUTI (1996) ser adolescente é viver um período de transição entre criança e adulto, é vivenciar novas experiências, reformular a idéia que tem a respeito de si mesmo e transformar sua auto-imagem infantil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como uma etapa que vai dos 10 aos 19 anos, e o Estatuto da Criança e Adolescência (ECA) a conceitua como a faixa etária de 12 a 18 anos (GURGEL, et al 2008). É uma transição entre a fase de criança e a adulta, sendo um período de transformação profunda no corpo, na mente e na forma de relacionamento social do indivíduo. Trata-se de uma etapa da vida em que ocorrem a maturação sexual, o acirramento dos conflitos familiares e a formação e cristalização de atitudes, valores e comportamentos que determinarão sua vida e na qual se inicia a cobrança de maiores responsabilidades e definição do campo profissional. Lidar com essa situação particular exige das equipes de saúde uma abordagem integral dos problemas detectados, dentre eles a gravidez na adolescência (KOLLER, 2002).
De acordo com PANTOJA (2003), o fenômeno da gravidez na adolescência não se caracteriza como um fato recente no Brasil. No entanto, segundo FÁVERO & MELLO(1997) é após a década de 60 que se nota um maior interesse no estudo deste fenômeno. Esse interesse coincide com um contexto histórico de discussões e mudanças nos valores referentes aos conceitos de gênero e sexo.
A partir deste momento, a gravidez na adolescência passa a ser considerada “um problema social”, sustentada por um discurso médico que a caracterizou como quadro de gravidade e risco (PANTOJA, 2003). De acordo com PORTO & LUZ (2002,p. 385), o Ministério da Saúde considera “a gravidez na adolescência, de alto risco, que podem ser de natureza diversa, tais como clínicas, biológicas, comportamentais, relacionadas á assistência à saúde, sócio-culturais, econômicas e ambientais”.
De acordo com PONTE & XIMENES (2004), estima-se que no Brasil, um milhão de nascidos vivos, a cada ano, tem mães com idade entre 10 e 19 anos, número que corresponde a 20% do total de nascidos vivos em nosso país. Embora as taxas de fecundidade desde a década de 1970 tenham diminuído, a proporção de nascidos vivos, filhos de mães menores de 20 anos, não parou de crescer. Em 1976, era de 11,7% em 1980, 15,3% em 1988, 1988, 16% em 1990 e 17,6% em 1994.
A gravidez na adolescência é um fenômeno que não pára de crescer no Brasil e no mundo. O significado de uma gravidez precoce depende do seu contexto social, para algumas adolescentes, a gravidez faz parte do projeto de vida. Porém, para outras, é um evento desagradável que gera medo e conflitos ou acentua os já existentes (REIS, 2005).

Além dos números crescentes, a faixa etária cada vez menor de meninas que engravidam chama a atenção da sociedade e do governo, mundialmente, gerando a criação de programas de atuação na saúde pública com pretensão de ampla cobertura e envolvimento de vários profissionais de saúde, dentre eles, o enfermeiro (MOREIRA et al 2008).

Diante do exposto, percebe-se a atuação da enfermagem na gravidez na adolescência e questiona-se: Qual a assistência de enfermagem prestada à adolescente grávida?

A atuação do enfermeiro, como de toda a equipe de saúde, tem as ações centradas na tríade promoção, prevenção e assistência, sendo as duas primeiras de maior relevância no processo de trabalho que vai ao encontro dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. As ações de promoção da saúde são consideradas de grande relevância, para co-responsabilidade e fortalecimento do vínculo na relação enfermeiro adolescente. A promoção da saúde permeia transversalmente todas as políticas, programas e ações da saúde, com o desafio de constituir a integralidade e equidade (BRASIL, 2001)
Na prática clínica dos profissionais, associa-se a gravidez na adolescência à probabilidade de aumento das intercorrências e morte materna, assim como aos índices elevados de prematuridade, mortalidade neonatal e baixo peso dos recém-nascidos, entre outras conseqüências (LIMA & MOURA, 2005)
Quando esta gravidez ocorre contrária à vontade da adolescente, ou sem apoio social e familiar, a gravidez freqüentemente leva estas adolescentes à prática do aborto ilegal e em condições impróprias, constituindo-se este em uma das principais causas de óbitos por problemas relacionados à gravidez. Só no ano de 1998 mais de 50 mil adolescentes foram atendidas em hospitais públicos para curetagem pós-aborto, sendo cerca de 3 mil realizadas entre jovens com idade entre 10 e 14 anos (BRASIL, 1999)
CORRÊA (1997) relata que as adolescentes têm maior risco de toxemia, pré-eclâmpsia, anemia, desproporção céfalo-pélvico, hemorragia, parto prolongado e morte materna.
Segundo ROUQUAYROL (1994) as adolescentes que levam a gravidez até o final, a gestação e o parto podem apresentar complicação importantes. Para a adolescente que ainda não completou o seu crescimento, as necessidades de satisfazer as demandas nutricionais do feto podem prejudicar o seu estado nutricional. Se o corpo da adolescente é pequeno pode haver dificuldade na passagem do feto durante o parto.
Sobre o concepto, existem riscos tanto físicos, imediatos, quanto psicossociais, que se manifestam em longo prazo, nos filhos de adolescente. Devido à dificuldade em adaptar-se a sua nova condição, a mãe adolescente pode vir a abandonar o filho, dando-o a adoção, e quando o recém-nascido não é abandonado, está mais sujeito, em relação à população geral, a maus-tratos.
Frente a esses dados, não se pode mais ignorar o fato de que as adolescentes também morrem por complicações evitáveis da gravidez, do parto ou puerpério; indicadores inter-relacionados à falta de acesso ao pré-natal de qualidade, ao planejamento familiar, à falta de informações, a necessidade de práticas educativas, à dificuldade da implementação do parto humanizado, ampliando-se as possibilidades de risco e morte, devido a uma multicausalidade típica da gravidez na adolescência.
Na busca pela maternidade segura, organismos internacionais têm mobilizado estratégias de ação na tentativa de se conseguir que as gestações e partos sejam mais seguros para as mulheres e seus recém-nascidos. Uma das estratégias é a presença de profissional qualificado no atendimento a todas as mulheres no ciclo gravídico puerperal (DOTTO; MOULIN; MAMEDE, 2006).

O cuidar na gravidez na adolescência, necessita de uma abordagem pautada nas possibilidades de compreensão nas origens e possíveis causas do fenômeno o que subsidiou pensar numa nova práxis em saúde, bem como a perceber uma necessidade premente de abertura dialógica entre o enfermeiro e a comunidade em que vive e atua. Essa abordagem é uma explícita convicção de que os cuidados em saúde estão diretamente relacionados às formas pelas quais o enfermeiro percebe e age sobre a realidade em que vive. Entender a experiência da gravidez na adolescência, requer um olhar acolhedor (OLIVEIRA, 2008)

Atualmente, a Consulta de Enfermagem na rede básica de saúde é realizada de acordo com o roteiro estabelecido pelo Ministério de Saúde (2000), garantida pela Lei do Exercício Profissional e o Decreto no 94.406/87, o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelo enfermeiro (LIMA & MOURA, 2005).

Braden (2000) afirma que é pertinente lembrar que os contatos freqüentes nas consultas entre enfermeiros e clientela possibilitam melhor monitoramento do bem-estar da gestante, o desenvolvimento do feto e a detecção precoce de quaisquer problemas.

Dessa forma, o enfermeiro proporciona orientação de medidas favoráveis que visam a abordagem apropriada às necessidades peculiares das adolescentes na assistência de enfermagem. É pertinente lembrar que os contatos freqüentes nas consultas entre enfermeiros e clientela possibilitam melhor monitoramento do bem - estar da gestante, o desenvolvimento do feto e a detecção precoce de quaisquer problemas, tal como mencionado por Braden (2000).
A saúde reprodutiva passou a ser discutida nas conferências internacionais, a princípio nos aspectos mais reducionistas da saúde da mulher, voltados para o materno-infantil. No decorrer do processo, esses aspectos foram mais abrangentes, como resultado da discussão reforçada, o que foi encampado pelo movimento de mulheres, sendo aos poucos ampliados para a uma visão holística e a discussão direcionada para os ciclos de vida, com base na integralidade, qualidade e humanização e pautada nos direitos sexuais e reprodutivos (ERAPIONI, 2005)

A abordagem educativa na prevenção da gravidez na adolescência tem intensa relação com as cartas da promoção da saúde, principalmente com a de Ottawa, pela correlação com os cincos campos de ação da promoção da saúde propostos, destacando-se três de maior atuação: a criação de ambientes favoráveis à saúde, os temas de saúde ambiente e desenvolvimento humano, os quais não podem estar separados (WESTPHAL, 2006)

Serafim; Caetano & Berni (1991) ressaltam que a ausência de educação sexual formal nas escolas e para a população em geral impede que os jovens saibam sobre sexualidade, sobre doenças sexualmente transmissíveis e principalmente, sobre anticoncepção


E afirmam que além da falta de informação observa-se a existência de um número limitado de serviços de planejamento familiar onde os jovem teriam acesso aos métodos contraceptivos, atendimentos médico, psicológico e de enfermagem.

O desafio que se coloca às políticas públicas relacionadas ao fenômeno da gravidez na adolescência, em geral nas instituições de saúde e nas escolas, refere-se à necessidade de articular as intervenções sociais com a dimensão ética que esse problema exige, já que essas ações estão direcionadas a alterar a maneira de essas adolescentes exercitarem seus direitos à liberdade. Significa que como cuidadores, o enfermeiro também é intermediador de um processo social, que implica na liberdade de escolha de outrem dentro de uma perspectiva (BARROSO & VARELA, 2003).

O desenvolvimento implica a melhoria da qualidade de vida e saúde. Promover um ambiente saudável é compreender o adolescente como sujeito no seu ambiente físico, social, econômico ou político, suas relações com as redes de suporte social. Trata-se de nova perspectiva acerca da prevenção da gravidez na adolescência dentro das quatro dimensões social, política, econômica e do potencial humano. Cumpre identificar as desigualdades sociais em que se encontram esses adolescentes e o acesso à educação, esporte e lazer, às rede de suporte social e a ações promotoras de saúde (BRASIL, 2002)

O tema da gravidez na adolescência é bastante explorado e muitos estudos sugerem que esta é geralmente não desejada, não planejada, produto da falta de informação e de um contexto de desvantagem socioeconômica (SANTOS, SCHOR, 2001).
Face a esses acontecimentos atuais, o grande sonho de pesquisar sobre o tema, motivaram-me a elaborar este trabalho, sendo importante para a reorientação dos serviços de saúde, voltada para ações intersetoriais, parcerias e redes de apoio com o intuito de proporcionar à adolescente grávida, atendimento com profissionais capacitados e humanizados, fornecendo subsídios acerca do seu conhecimento na assistência a adolescente grávida.









2 OBJETIVOS


2.1 Geral

- Reconhecer quais são as ações educativas e assistenciais do enfermeiro na prevenção da gravidez indesejada, bem como na atuação com a adolescente grávida.




2.2 Específicos

- Identificar as possíveis causas que levam as adolescentes a engravidarem;
- Identificar os principais aspectos enfocados nos estudos sobre gravidez na adolescência;
- Analisar o desempenho de enfermeiros na assistência pré-natal;

- Investigar as conseqüências da gravidez vivenciada por adolescentes.



3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizado será descritiva, conforme Gil (2002 pag. 42) “tendo como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômenos, ou então, o estabelecimento de relações entre variáveis.”

O delineamento realizado foi o estudo de campo, que segundo Minayo (1994) “constitui-se como etapa essencial da pesquisa qualitativa onde o intuito refere descrição e ênfase na profundidade.”

População e Amostra

Espera-se entrevistar doze jovens adolescentes grávidas, de baixa renda, com faixa etária entre 10 a 19 anos que realizam consulta de pré-natal em uma unidade básica de saúde da família.

Coleta de Dados

Serão utilizadas técnicas de entrevista semi-estruturada, a qual consiste na combinação de um roteiro sistematizado com perguntas abertas e fechadas (conforme anexo), essas perguntas permitirão ao pesquisador orientar-se, ao elaborar questões que serão abordadas.

As adolescentes serão entrevistadas na unidade básica de saúde quando comparecerem para consulta de pré-natal após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de acordo com a resolução CNS 196/96 por se referir a seres humanos.

As entrevistas serão gravadas e transcritas. Posteriormente, serão organizadas em categorias que identificarão mudanças relativas à assistência de enfermagem prestada a gravidez na adolescência bem como os problemas enfrentados durante a gestação garantindo o sigilo e anonimato das informações.

4 REFERÊNCIAS


BARROSO, G.T; VIEIRA N.F.C.; VARELA Z.M.V. organizadoras. Educação em saúde no contexto da promoção humana. Fortaleza: Demócrito Rocha. p. 34; 2003.

BRANDEN, P.S. Enfermagem materno infantil. 2. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. Declaração de Alma-Ata. Declaração de Adelaide. Declaração de Sandsvall. Declaração de Jacarta. Rede de Megapaíses. Declaração do México. Brasília (DF); 2001.
BRASIL . Estatuto da Criança e do Adolescente Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Secretaria de Estado dos Direitos Humanos - Departamento da Criança e do Adolescente. Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. A adolescente grávida e os serviços de saúde do município. Brasília: Ministério da Saúde, 1999.
CORRÊA, M.D. Riscos médicos da gravidez na adolescência. In: LIPPI, J.R. S. 1997.
DOTTO, L. M. G.; MOULIN; MENDONÇA, N.M.; VILLELA, M. Assistência pré-natal: dificuldades vivenciadas pelas enfermeiras. Rev. Latino-Am. Enfermagem v.14, n.5, p. 682-688, 2006.
ERAPIONI M. O papel da família e das redes primárias na reestruturação das políticas sociais. Cienc Saude Colet. ,v. 10, n. 1, p. 243-253, 2005.
FAVERO, M H.; MELLO, R M Adolescência, Maternidade e vida escolar: a difícil conciliação de papéis. Psicol. Teor. Pesqu., v. 13, n. 1, p. 131-136, 1997.
GURGEL, M.G.I., Gravidez na adolescência: tendência na produção científica de enfermagem, Esc. Anna Nery Rev. Enferm., v. 12, n.04, p.799-805, 2008.

GIL, A.C.Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas; 1991.

KOLLER, S.L. organizadora. Adolescência e psicologia: concepções, práticas e reflexões críticas. Rio de Janeiro; Conselho Federal de Psicologia, p. 144. 2002.

LIMA, Y.M.S; MOURA, M.A.V, Consulta de Enfermagem pré-natal: a qualidade centrada na satisfação da cliente. R. de Pesq.: cuidado é fundamental, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 93-99, 2005.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/SP: Ed Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 1994.
MOREIRA, T.M.M. et al Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. Rev. Esc Enferm. USP; São Paulo; v. 2, n. 42, p. 312-320, 2008.
OLIVEIRA, N.R. Perfis de grávidas e mães adolescentes: estudo psicossocial de adolescentes usuárias de um serviço público de pré-natal e maternidade. 1999. Tese de Doutorado São Paulo. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.
PANTOJA, A.L.N. Ser alguém na vida: uma análise sócio-antropológica da gravidez/maternidade na adolescência em Belém do Pará, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.2, p. 335-343, 2003.
PINTO, E.; SILVA J.L. A gravidez na adolescência: uma visão multidisciplinar.. In: SAITO M.I, SILVA LEV, organizadores. Adolescência, prevenção e risco. São Paulo: Atheneu; 2001.

PONTE JUNIOR, G. M.; XIMENES NETO, F. R. G. Gravidez na adolescência no município de Santana do Acaraú – Ceará – Brasil: uma análise das causas e riscos. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 1, p. 234-242, 2004.

PORTO, J R R ; LUZ, A M H Percepções da adolescente sobre a maternidade. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 55, n. 4, p. 384-391, jul-ago. 2002.

REIS, E.; CAVALCANTI, S.M.O.C. O significado da gravidez para a adolescente. Rev. de Saúde do DF, v. 16, n.01, p. 27-34, 2005.
ROUQUAYROL ,M. Z. Epidemiologia e saúde. 4 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1994.
SANTOS, S.R.S.; SCHOR, N. Vivências da maternidade na adolescência precoce. Rev. Saúde Pública. v. 37, n.1, p. 15-23, 2003.
SERAFIM, D.; CAETANO, L.C.; BERNI, N.I.O. Atuação da enfermeira obstetra junto à gestante adolescente. Acta Paul. Enf. São Paulo, v. 4, n. 1, p. 11-16, mar., 1991.
TAKIUTI, A. A adolescente está ligeiramente grávida. E agora? Gravidez na adolescência. Rio de Janeiro: Artes e contos, 1996.
WESTPHAL M.F. Promoção da saúde e prevenção de doença. In: CAMPOS, W.S.C., MINAYO M.C.S., AKERMAN M, DRUMOND JÚNIOR M, CARVALHO YM, organizadores. Tratado de saúde coletiva. São Paulo: Hucitec; p. 635-67; 2006.








5 CRONOGRAMA




ATIVIDADES
1
2
3
4
5
6

1. Levantamento bibliográfico

X

X

X

X

X



2. Fichamentos

X

X

X



X

X


3. Elaboração do ICD*

X


4. Coleta de dados

X

X

5. Análise de dados

X

X

6. Elaboração de relatório final

X

7. Correção gramatical

X

8. Entrega do relatório final

X

(*) Instrumento de Coleta de Dados



6 ORÇAMENTO

Material de consumo


Nº. de ordem
Material
Especificação
Quantidade
Preço
Unitário
Preço Total

01
Papel A4
Resma
01
R$ 12,00
R$ 12,00

02
Tinta
Cartucho
01
R$ 55,00
R$ 55,00

03
Xerox
Folha
500
R$ 0,07
R$ 35,00

04
Transporte
Unidade
120
R$ 0,80
R$ 96,00

05
Correção
gramatical
Folha
100
R$5,00
R$ 500,00

06
TOTAL
TOTAL
TOTAL
TOTAL
R$698,00


Obs.: As despesas serão de responsabilidade da pesquisadora.


















ANEXOS



TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estou realizando uma pesquisa com a finalidade de concluir a disciplina de Metodologia do Trabalho Científico. O objetivo desta pesquisa é Reconhecer quais são as ações educativas e assistenciais do enfermeiro na prevenção da gravidez indesejada, bem como na atuação com a adolescente grávida, identificar as possíveis causas que levam as adolescentes a engravidarem, os principais aspectos enfocados nos estudos sobre gravidez na adolescência, analisar o desempenho de enfermeiros na assistência pré-natal e investigar as conseqüências da gravidez vivenciada por adolescentes. Nessa pesquisa não haverá a identificação da sua pessoa pelo nome e a senhora terá liberdade de decidir participar ou não do estudo e terá também plena liberdade para desistir no decorrer da entrevista e isso não trará dificuldades para a senhora nem para o seu atendimento. O estudo não oferece riscos a sua condição física, mas se houver algum incômodo no decorrer da pesquisa terá o apoio total do (a) pesquisador (a).
Em caso de dúvida poderá comunicar-se com a pesquisadora Valderina Barroso Barbosa pelo telefone: 3223 8514.

Fortaleza, ____ de ____________de _________

__________________________ ___________________________
Assinatura da orientadora Assinatura da pesquisadora
CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO

Declaro que li e compreendi os objetivos do estudo “Assistência de enfermagem prestada à adolescente grávida”, a ser realizado pela pesquisadora Valderina e concordo livremente em participar.


Fortaleza, ________ de _________________de ____________

___________________________________
Assinatura da entrevistada





Roteiro de entrevista
1. DADOS PESSOAIS
Nome da gestante:___________________________________________________
Idade: __________ Nº de Filhos: _______ Escolaridade: ____________________
Estado civil: _____________ Há quanto tempo? ___________________________
Nº de pessoas que moram com você: ____________________________________
Estuda? ___________ Anos de estudo: _________ Renda Familiar: ___________
Trabalha fora de casa? Sim ( ) Não ( )Se sim o que você faz? ________________
2. GESTAÇÃO
- Você está realizada com a gravidez? Por quê engravidou?
__________________________________________________________________
- Para você, existem vantagens e desvantagens de engravidar na adolescência? Quais?
__________________________________________________________________
- Quais as dificuldades que apareceram no início da gravidez?
__________________________________________________________________
- Você encontrou apoio familiar quando descobriu que estava grávida? Quais as pessoas que mais a ajudaram?
__________________________________________________________________
- Me conte como está sendo o atendimento prestado pela enfermeira aqui na unidade de saúde.
__________________________________________________________________
- Quantas consultas de pré-natal com a enfermeira você já compareceu?
__________________________________________________________________
- Quais as orientações recebidas no pré-natal que julga mais importante? Por quê?
__________________________________________________________________
3. PUERPÉRIO
- Conte-me seus projetos de vida após a chegada do bebê
__________________________________________________________________


domingo, 14 de agosto de 2011

a pedagogia do oprimido

FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE FORTALEZA
PROFESSORA: RACHEL GABRIEL BASTOS BARBOSA
ALUNA: VALDERINA BARROSO BARBOSA








“A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO”
(Paulo Freire)









Março de 2011


INTRODUÇÃO



Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro, nasceu em Recife no dia 19 de setembro de 1921 e faleceu de infarto em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997. Foi professor de português em escolas secundárias antes de inventar seu método audiovisual para a alfabetização de adultos. Como Diretor do Serviço de Extensão Cultural da Universidade de Recife (1961-1964), aplicou seu plano-piloto na cidade de Angicos (RN) visando alfabetizar a população adulta de baixa renda. Em 1963 é elevado à direção do Plano Nacional de Educação, do Governo João Goulart, que objetivava a alfabetização de 16 milhões de brasileiros. Com o golpe militar de 1964, teve que se retirar do país, exilando-se no Chile, passando a trabalhar para o governo chileno na alfabetização de adultos e na pós-alfabetização.
A convite de universidades americanas e da UNESCO, fez conferências nos EUA e na Europa. Com a redemocratização do nosso país, voltou ao Brasil e foi secretário de Educação do Município de São Paulo, no governo da prefeita Luiza Erundina e passou a contribuir para o desenvolvimento da educação em nosso país e em outros países, especialmente da América Latina e da África.
Escreveu uma vasta obra sobre educação, da qual destacamos alguns livros: Educação e realidade brasileira (1959); Educação como prática da liberdade (1967); Pedagogia do oprimido (1970); Educação e mudança (1979); Pedagogia da Autonomia (1997), etc.

A PEDAGOGIA

A doutrina e prática educacional de Paulo Freire estão classificadas como uma das correntes da pedagogia progressista. Sua tendência pedagógica é chamada de Pedagogia Libertadora.
A Pedagogia de Paulo Freire é contra o autoritarismo do Estado, da escola, dos professores, e dá valor à experiência vivida dos educandos em sua vida coletiva, pregando a autogestão pedagógica. Procura valorizar mais o processo educativo do que os conteúdos de ensino. A prática educativa dá ênfase às discussões, assembléias e votações nas decisões. A educação só faz sentido se for como prática de libertação social. Por isso que na época de seu surgimento, foi rejeitada pelas classes dominantes como sendo uma prática subversiva e o próprio Paulo Freire admitiu que sua pedagogia não poderia ser institucionalizada, isto é, ensinada oficialmente, tendo que sobreviver à margem do sistema oficial. O próprio Paulo Freire teve que se exilar no Chile. Hoje, não é raro professores adotarem suas práticas em sala de aula.


A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

A “Pedagogia do oprimido”, que é uma continuação do seu livro anterior, “Educação como prática de liberdade”, trata da educação como prática de libertar o homem da opressão e da exploração em que se encontra, especialmente os trabalhadores.
Mostra Paulo Freire como o poder das palavras pode ser usado pelo sistema para criar e perpetuar uma sociedade opressora contra os trabalhadores, como pode ser utilizado para libertá-los. Trata também da educação bancária, da dialogicidade e da teoria da ação antidialógica.

O poder das palavras

Paulo Freire diz que sua pedagogia é humanista, visa resgatar a dignidade, a humanidades dos homens, que ora estão oprimidos. E a palavra é um instrumento poderoso, tanto para oprimir como para libertar. No caso dos analfabetos adultos, alcançar esse humanismo é alfabetizá-los. E “alfabetizar é conscientizar. Alfabetizar é lutar pela transformação da sociedade, visando a emancipação humana:” (2008, p. 9).

“Uma pesquisa prévia investiga o universo das palavras faladas no meio cultural do alfabetizando. Daí são extraídos os vocábulos de mais ricas possibilidades fonêmicas e de maior carga semântica – os que não só permitem rápido domínio do/ universo da palavra escrita, como, também, o mais eficaz engajamento de quem a pronuncia, com a força pragmática que instaura e transforma o mundo humano” (2008, pp. 9-10).

Em princípio, o oprimido sente “medo da liberdade”. Está tão acostumado com seu estado de submissão que não vê nenhuma saída para sua situação. Outros oprimidos, por outro lado, caem no fanatismo, no extremismo sectário, que não é o caminho para a emancipação.
Somente a ação ajuizada pela reflexão (razão) constituem uma práxis revolucionária libertadora. Somente ela é capaz de vencer a violência física e ideológica da elite exploradora e dominadora. Assim, os líderes da libertação precisam usar uma práxis libertadora com os oprimidos e não para eles.
Paulo Freire também trata da alienação do trabalhador. Alienar significa, dar, vender, ceder. Isto significa que o proletário não só cede o seu trabalho para o explorador como também sua consciência, sua espiritualidade. O trabalhador é cedido, alienado, ao explorador tanto material como espiritualmente: torna-se uma propriedade do capitalista. Nisto consiste sua desumanidade (cf. 2008, p. 32). E aqui, entra o papel da ideologia.
Ideologia é um conjunto de idéias que tenta justificar (legitimar) uma determinada formação social. Por exemplo, no capitalismo, a burguesia tenta justificar o capitalismo como um excelente regime para se viver e em que existem pobres apenas porque estes são preguiçosos, são seres inferiores, que não poupam o que ganham. Já no modo de produção comunista, seus representantes dizem que o capitalismo não presta, que se fundamenta na exploração do homem pelo homem e que tal regime deve ser abolido através de uma revolução feita pela classe proletária, unida à classe camponesa. Por isso, a classe trabalhadora deve lutar para se libertar da alienação e dessa ideologia que lhe é imposta pela elite dominante.
Não nos esqueçamos que Paulo Freire recebeu influência de Karl Marx, o fundador do socialismo científico e da doutrina social da Igreja Católica que, a partir o Concílio de Medelin (Colômbia), fez opção preferencial pelos pobres. Tal doutrina que visa libertar os pobres da exploração chama-se Teologia da Libertação e teve muita influência na América Latina, especialmente nas décadas de 60 e 70.

A Concepção “Bancária” da Educação

Paulo Freire condena os atuais modelos de educação, por que estes não procuram desenvolver a consciência crítica do educando, mas querem apenas transformá-lo em vacas, em alimárias, seres obedientes, gado para serem explorados.
A educação fornecida pelo regime burguês visa apenas “depositar” na mente do educando informações para adestrá-lo, treiná-lo para ser um bom torneiro da Ford, um bom soldador da Fiat, tal como se treina um cachorro para ser um bom caçador de perdizes. É treinado para ser um simples técnico, sem consciência crítica, e não para ser um ser humano. Sua mente - que já não é mais sua - é apenas um “depósito”, um recipiente passivo: daí o nome de educação “bancária”, pois a mente do oprimido é apenas um banco onde se faz depósitos de dados.

Nela [nessa espécie de educação], o educador aparece como seu indiscutível agente, como seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é ‘encher’ os educandos dos conteúdos de sua narração. Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam / significação. A palavra, nestas condições, se esvazia da dimensão concreta que devia ter ou se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que significado e, assim, melhor seria não dizê-la” (2008, pp. 65-66).

Quer dizer, o indivíduo perde a noção de totalidade e se transforma apenas numa peça dentro da engrenagem do sistema, como se pode ver no filme de Charles Chaplin, “Tempos modernos”. Como não pode ter uma visão de totalidade, então não compreende o sistema, não sabe como gerenciá-lo e nele apenas desempenha marginalmente a “sua parte”. Em conseqüência, adquire uma “consciência de pedaços”. E os trabalhadores mais graduados, que ganham melhor, se dizem também apenas “técnicos” e que não fazem política, que são neutros. Este técnicos, medrosos, puxa-sacos, que não fazem política, sempre tem a sua política e frequentemente escolhem a pior delas. A pior política não para si, mas a pior para o povo.
É este tipo de educação que visa apenas “encher o saco” do educando que precisa ser combatido para que, no futuro, o homem educado venha um dia a se libertar da opressão.

A dialogicidade

Dialogicidade é uma palavra composta, que vem do grego: DI, que significa dois, e LOGOS, que significa razão, ciência, palavra. Significa que não é monólogo (mono: uno, unidade), mas troca de palavras entre duas pessoas ( ou mais pessoas, por extensão do sentido da palavra).
Quer dizer, a educação se faz conversando, trocando idéias, comunicando-se. Em sociologia, isto se chama “interação”, processo pelo qual as pessoas se completam, se enriquecem compartilhando informações e experiências de vida. E esse enriquecimento de experiência de vida tem por objetivo transformar o mundo para o bem-estar da Humanidade.
Karl Marx já dizia: os homens só fizeram até agora interpretar o mundo; daqui para frente cabe transformá-lo. Quer dizer, interpretar o mundo é compreendê-lo, através da ciência, da teoria. Mas só a teoria não basta, é preciso ação, prática e não prática cega, pois esta leva apenas ao ativismo, ao obreirismo. Ou seja, precisamos de palavras e obras, de teoria e prática. A união da teoria e da prática é que se chama práxis, que é ação consciente, reflexiva, para transformar o mundo para o bem do próprio homem. Diz Paulo Freire:

“Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí dizer a palavra verdadeira seja transformar o mundo” (2008, p. 89).

E Paulo Freire acrescenta a palavra amor, como condição para essa práxis. A práxis deve ser libertadora de todos para uma vida de convivência, de solidariedade, de ajuda mútua, excluindo a caridade, a esmola. Não se deve dar o peixe, mas ensinar a pescar, como oferecia o exemplo dom Helder Câmara. Hoje (13-03-2011), ao assistir o programa Globo Rural, vimos o exemplo do Projeto de Assentamento Dom Helder Câmara, que ocorre em de 6 Estados nordestinos, onde os trabalhadores estão aprendendo a conviver com o semi-árido, a caatinga, de modo sustentável e sem paternalismo, o que faz jus às seguintes palavras do grande bispo cearense: “quando dou comida aos pobres, me chamam de santo; mas quando pergunto por que os pobres não tem comida, me chamam de comunista”...
Ora, os pobres não tem comida porque a sociedade onde vivem é injusta e não lhes dá oportunidade de produzirem seu próprio sustento.
Enfim, os pobres não precisam da caridade da burguesia, não são preguiçosos, nem incompetentes. São capazes de se organizarem, de progredirem, bastando para isso de uma educação que não seja alienante, embrutecedora e corrompendora da mente humana.

A Teoria da Ação Antidialógica

Neste capítulo 4 e último de seu livro, Paulo Freire trata da educação antidialógica, que visa manter as massas no estado de submissão e de alienação onde se encontram. Neste tipo de educação não há diálogo, pois sua finalidade é impor no educando, pela prática autoritária, as idéias e valores da elite dominante. Por isso, Paulo Freire deseja que o homem possa emergir (“sair fora”) desse ambiente opressor:

“Desta maneira, começaremos reafirmando que os homens são seres de práxis. São seres do quefazer, diferentes, por isto mesmo, dos animais, seres do puro fazer. Os animais não ‘admiram’ o mundo. Imergem nele. Os homens, pelo contrário, como seres do quefazer ‘emergem’ dele e, objetivando-o, podem conhecê-lo e transformá-lo com seu trabalho” (2008, p. 141).

Quer dizer, os animais não tem mundo, mas entorno. E os animais, como não são racionais, não trabalham, apenas estão em atividade. E é através do trabalho que o homem se libertará e construirá seu bem-estar aqui na Terra.
Mas que tipo de trabalho? O trabalho livre. Hoje, o que existe é o trabalho alienado (não livre), que escraviza o homem, impede sua realização, sua busca pela felicidade.
O comunista diz: o fruto do meu trabalho deve ser revertido em meu benefício próprio e não dos outros. Mas o capitalista diz: o fruto do trabalho da classe operária deve ser revertido, pelo menos em sua maior parte, em benefício da classe burguesa. É aqui que é situada a Luta de Classes: os trabalhadores querendo ser donos do seu próprio trabalho e os capitalistas desejando se apropriar do fruto do trabalho alheio. A parte que a classe burguesa toma da classe trabalhadora é o que se chama de trabalho alienado, cedido, à força, para os capitalistas .
Por isso, o trabalho alienado precisa ser exterminado, juntamente com a educação antidialógica, pois esta perpetua a exploração do trabalho alheio, gerando a injustiça e a desigualdade social. Esta educação (ou anti-educação) tem como funções básicas dividir a classe trabalhadora (especialmente fazendo um hiato entre a classe trabalhadora e suas lideranças – peleguismo”) para poder reinar e manter a opressão. Precisa manipular as informações para confundir as massas e precisa disseminar pelos meios de comunicação uma cultura antipovo.

“As massas populares não tem que, autenticamente, ‘admirar’ o mundo, denunciá-lo, questioná-lo, transformá-lo para sua humanização, mas adaptar-se à realidade que serve ao dominador” (2008, p. 143).

A teoria antidialógica leva a uma anti-praxis que visa a perpetuação do sistema de exploração do homem pelo homem. Por isso, Paulo Freire termina seu livro pedindo a volta a um pedagogia do diálogo, visando a libertação do homem e a construção de uma sociedade justa, onde não mais existam nem explorados nem exploradores.

CONCLUSÃO

Enfim, Paulo Freire condena a educação vigente, ofertada pelo sistema oficial, porque esta manipula o educando, colocando em sua mente os valores da elite dominante.
Esta elite, por ser rica, por possuir os meios de comunicação ( “mídia”), como TV, rádio, jornal, revista, etc. tem poder sobre a escola, pode produzir, por meio da “indústria cultural” uma “cultura de massa”, que seria melhor dizer uma “cultura para as massas”, cultura essa que representa as idéias e os valores da classe dominante. Ou então, é lixo ideológico que visa apodrecer a mente do consumidor, da massa passiva.
Como uma das provas disso, até bem pouco tempo, uma rede de TV nacional colocou no ar uma sessão de cinema chamada “trash”. Esta palavra inglesa significa “lixo”. Ou seja, a própria emissora admitia oficialmente que sacudia sacos e mais sacos de lixo sobre a mente das massas desprovidas de espírito crítico. E a maior parte da programação da TV aberta no Brasil é alienante. Cerca de 30% é propaganda, 10% noticiário, geralmente tendencioso e o restante é de novelas, filmes, receitas para se cozinhar, fazer bolos, música de qualidade ruim, etc. Para encerrar, escolhemos dois exemplos concretos para demonstrar como a elite dominante manipula as massas, como disse Paulo Freire, no livro analisado acima.
Cerca de 90% das notícias internacionais chegam até nós por meio de três agências estrangeiras, duas americanas e uma francesa. Veja um caso concreto da Associated Press (AP): das 100 notícias que a sede recebe de sua filial em Buenos Aires, oito são selecionadas, reescritas e divulgadas pelo mundo afora. Dessas 100, apenas 13 eram sobre violência. Seus redatores então escolhem a maior parte delas sobre violência, que é então jogada no ar.
Para o público desinformado, a impressão que passa é que Buenos Aires é violenta e isso afasta logo os turistas. Mas se o governo argentino ou sua rede de turismo oferecer propina a essa Agência, a coisa muda totalmente. Claro que essa propina não é direta: faz-se uma campanha internacional para incentivar o turismo para Buenos Aires e contrata-se uma Empresa Internacional de Propaganda ligada àquela Agência e logo as notícias ruins sobre a capital argentina desaparecem.
Por fim, um último exemplo. O ator americano Marlon Brando recebeu um Oscar como ator e o recusou. Mas antes preparou um escândalo: mandou uma atriz trajada de índia para receber o prêmio e na hora da entrega ela abriu a boca: Marlon Brando recusava a “honraria” e só aceitaria o prêmio quando Hollylwood deixasse de produzir filmes em que os índios são massacrados, representados como alimárias, selvagens, bêbados, supersticiosos, canibais, criminosos, etc. Foi uma verdadeira “saia justa”. Mas os americanos não mudaram de opinião. Eles continuam tratando as pessoas do Terceiro Mundo como bestas. Os habitantes da América Latina, por exemplo, são considerados seres exóticos, misturas de pretos e índios, incultos, selvagens, bárbaros, que vivem prejudicando os americanos. E eles, os americanos, são os mocinhos, os bonzinhos e que sempre salvam o mundo...

BIBLIOGRAFIA

- Freire, Paulo – Pedagogia do oprimido, São Paulo, Editora Paz e Terra, 47ª, ed., 2008.

DOENÇAS HIPERTENSIVA ESPERCIFICA DA GRAVIDEZ

FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE FORTALEZA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ALUNA:VALDERINA BARROSO BARBOSA




















DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ:

(PIAC 2)









FORTALEZA
2010














DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ:










Estudo de caso apresentando como atividade de avaliação para o Programa Interdisciplinar de Atividades Curriculares da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza.












SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
2 METODOLOGIA 5
3 REVISÃO DE LITERATURA 6
4 APRESENTAÇÃO DO CASO 10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 14
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15

1 INTRODUÇÃO
A doença hipertensiva especifica da gravidez (DHEG), caracteriza-se pelo aumento dos níveis pressóricos em uma grávida previamente normotensa, a partir da vigésima semana de gestação.
O diagnóstico é feito por meio da medição da pressão arterial. De acordo com o Conselho Brasileiro Sobre Cardiopatia e Gravidez (2004), caracteriza-se hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gravidez quando a pressão arterial sistólica (PAS) estiver 140mmhg e a diastólica (PAD) 90mmhg em duas tomadas, com intervalo de 4h, em repouso, ou quando houver aumento 30mmhg na PAS e/ou aumento 15mmhg na PAD, em relação a conhecidos níveis prévios à gestação.
Estudos demonstram que a incidência média da DHEG é de 5% a 10% das gestações, com taxas de mortalidade materna e fetal em torno de 20%. Trata-se, portanto de um percentual bastante significativo. Quanto à classificação para DHEG esta pode ser dividida em pré-eclâmpsia leve, pré-eclâmpsia moderada e eclampsia (BOM;KORN;RERREIRA, 1999).
As síndromes hipertensivas da gravidez mantêm-se como as principais causas de mortalidade materna, assim como determinam significativo incremento da morbidade e mortalidade perinatal. As gestantes hipertensas merecem cuidados especiais, exigem seguimento pré-natal diferenciado, exames laboratoriais específicos, avaliação fetal minuciosa e maior possibilidade de hospitalização durante a gestação, em vista dos riscos maternos e fetais associados (DUSSE, 2001).
Mediante o que foi exposto, o presente estudo tem como objetivo apresentar um estudo de caso clínico com uma cliente portadora de DHEG, descrevendo os diagnósticos, intervenções e os resultados esperados de Enfermagem, através da taxonomia II da Associação Norte-Americana de Diagnóstico de Enfermagem (NANDA), da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) e da Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC).



2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso informal, no qual será utilizado o método do caso clínico. Segundo Galdeano, Rossi e Zago (2003, p.372),
Os estudos de casos clínicos, também chamados de estudos de casos informais, são os estudos aplicados na assistência direta de enfermagem, com o objetivo de realizar um estudo profundo dos problemas e necessidades do paciente, família e comunidade, proporcionando subsídios para a enfermeira estudar a melhor estratégia para solucionar ou reverter os problemas identificados.
Esse estudo foi realizado com uma paciente de uma Unidade de Saúde, da rede pública municipal de Canindé/CE, no início do segundo semestre de 2010.
Na Unidade são oferecidos os seguintes serviços: obstétrico, clinico, cardiológico, dermatológico e outras especialidades médicas. Conta com profissionais obstetras, três enfermeiros, com atendimento de segunda a sexta, proporcionando assistência médica e de enfermagem ao pré-natal de alto risco no município de Canindé/CE. Sendo que quando apresenta maior gravidade no quadro clinico as pacientes são referenciados para Fortaleza, capital do Estado do Ceará.
A seleção do sujeito da pesquisa foi aleatória, com o devido consentimento do cliente em participar da pesquisa. Realizamos entrevista e observação participativa com o cliente no serviço. Para coleta de dados foi utilizado instrumento semi-estruturado no qual se registrava os dados após uma entrevista com o cliente, foi feita a análise do prontuário e obtido depoimentos pessoais.








3 REVISÃO DE LITERATURA
A doença hipertensiva especifica da gestação (DHEG) pode ser definida pelo o aumento dos níveis pressóricos de uma gestante normotensa, aparecendo a partir da vigésima semana de gestação.
A DHEG está associada à disfunção do endotélio vascular, acentuada vasoconstrição arteriolar, retração do volume plasmático e hemoconcentração, o que favorece a ativação das plaquetas e a coagulação sangüínea, resultando em um estado de hipercoagulabilidade ainda mais acentuado do que na gravidez normal.
De acordo com Cintra (2001), a Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) é uma patologia obstétrica que surge após a vigésima semana de gestação, sendo mais freqüente no terceiro trimestre e estendendo-se até o puerpério. Caracteriza-se por apresentar hipertensão arterial, edema e/ou proteinúria, podendo culminar com convulsões e coma. Para o Ministério da Saúde (Brasil 2000; Brasil 2005), a Pré eclâmpsia pode ocorrer anteriormente à vigésima semana de gravidez, na moléstia trofoblástica gestacional, sendo, predominantemente, uma patologia de primigesta. A doença, quando não tratada, evolui naturalmente para as formas graves, entre elas, a eclâmpsia e a síndrome HELLP.
De acordo com Peraçolli e Parpinelli (2005), entre os tipos de hipertensão presentes na gravidez, merecem destaque as manifestações específicas da gestação, isto é, a pré-eclâmpsia, que ocorre como forma isolada ou associada à hipertensão arterial crônica, e a hipertensão gestacional. A pré-eclâmpsia, isolada ou superposta à hipertensão arterial crônica, está associada aos piores resultados, maternos e perinatais, das síndromes hipertensivas.
A pré-eclâmpsia é apenas o processo hipertensivo, com edema e proteinúria o que difere da eclampsia é que nesta há estado convulsivo e coma. Tudo é um mesmo processo patológico, entretanto as apresentações clínicas são muito diferentes. O que determina se a paciente vai ter pré-eclampsia, eclampsia ou sua variação sem convulsão com o coma é o tipo de paciente em que a doença vai se manifestar.
Apesar da sua importância em saúde pública, a etiologia da hipertensão que se manifesta na gestação pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional) permanece desconhecida. Acredita-se haver combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais que determinam defeito na invasão trofoblástica das arteríolas espiraladas. Este defeito causa redução na pressão de perfusão uteroplacentária, com conseqüente isquemia/hipóxia da placenta no decorrer da gestação. (PERACOLI;PARPINELLI, 2005, p.628).
A eclâmpsia é um distúrbio hipertensivo da gravidez que vem acompanhado de convulsão, cefaléia, diplopia, dor no hipocôndrio direito, redução do débito urinário, proteinúria e aparece no terceiro trimestre de gestação e ou puerpério imediato. É responsável por uma significante parcela nos casos de mortalidade materna e pode ser associada às complicações dos principais órgãos vitais como: cérebro, fígado, rins. Nos últimos anos, a eclampsia foi submetida a diversas investigações e ainda não foi constatada a sua etiologia.
A Síndrome de HELLP é uma complicação da pré-eclampsia que se caracteriza por hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática. De acordo com CUNNINGHAM (1985), a anemia hemolítica microangiopática é o marco da síndrome HELLP. É atribuída à deformidade (esquizócitos) e destruição das hemácias na microcirculação.
Para Peracoli e Parpinelli (2005, p.630),
A lesão hepática é representada pela necrose parenquimatosa focal ou periportal, com depósitos de material hialino nos sinusóides hepáticos. Estas alterações podem ser responsáveis pela elevação de enzimas hepáticas e pela dor no quadrante superior direito do abdome, freqüentemente identificadas nas mulheres com esta síndrome. Em raras ocasiões pode ocorrer hemorragia intra-hepática com formação de hematoma subcapsular, complicação de elevada morbimortalidade, principalmente se ocorrer ruptura.
De acordo com Peraçolli e Parpinelli (2005, p.631), o diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome.
Para Peracoli e Parpinelli (2005, p.632),
Diante do diagnóstico de síndrome HELLP, assim como para os demais casos de pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia, a gestante deve, preferencialmente, ser conduzida em um centro terciário de atenção. O conhecimento da fisiopatologia da préeclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal e, principalmente, reduzir as altas taxas de mortalidade materna, decorrentes das síndromes hipertensivas.
Enfocaremos agora os medicamentos utilizados pela cliente e os cuidados de enfermagem pertinentes a cada um. De acordo com Silva e Silva (2009, p.149),

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Nome Comercial
AAS, Ácido Acetilsalicílico, AspirinaPrevent, Buffering, Somalgin.
Ação Farmacológica
Antitrombótico.
Cuidados de Enfermagem
• Instrua o paciente a tomar a medicação conforme recomendado e não interromper o tratamento sem o conhecimento do médico;
• Informe ao paciente as reações adversas mais freqüentes relacionadas ao uso da medicação e na ocorrência de qualquer uma delas, principalmente aquelas incomuns ou intoleráveis, o médico deve ser comunicado;
• Interações medicamentosas: atenção durante o uso concomitante de outras drogas;
• Recomende ao paciente que evite o uso de qualquer outra droga ou medicação sem o conhecimento do médico durante a terapia;
• Antes da administração, avalie cuidadosamente a dose, a concentração e a via para evitar reações fatais;
• Antes da administração, avalie os antecedentes de hipersensibilidade à droga;
• A medicação inibe a agregação plaquetária, portanto o uso deve ser suspenso 5-7 dias antes da realização de cirurgias eletivas;
• Exames laboratoriais podem mostrar possíveis aumentos dos níveis sanguíneos (TGO, TGP, fosfatase alcalina, blilirrubina);
• VO: a medicação pode ser administrada com leite ou alimentos, antiácidos ou com um copo cheio de água, para diminuir reações adversas GI.


De acordo com Silva e Silva (2009, p.247),
METILDOPA
Nome Comercial
Aldomet, Angimet, Metildopa, Tensioval, Dopanetil.
Ação Farmacológica
Hipotensor arterial.
Cuidados de Enfermagem
• Instrua o paciente a tomar a medicação conforme recomendado e não interromper o tratamento sem o conhecimento do médico;
• Informe ao paciente as reações adversas mais freqüentes relacionadas ao uso da medicação e na ocorrência de qualquer uma delas, principalmente aquelas incomuns ou intoleráveis, o médico deve ser comunicado;
• Interações medicamentosas: atenção durante o uso concomitante de outras drogas;
• Recomende ao paciente que evite o uso de qualquer outra droga ou medicação sem o conhecimento do médico durante a terapia;
• Antes da administração, avalie cuidadosamente a dose, a concentração e a via para evitar reações fatais;
• Antes da administração, avalie os antecedentes de hipersensibilidade à droga;
• Recomende ao paciente que evite;
• Exames laboratoriais podem mostrar possíveis aumentos dos níveis sanguíneos (TGO, TGP, fosfatase alcalina, blilirrubina);
• VO: a medicação pode ser administrada com leite ou alimentos, antiácidos ou com um copo cheio de água, para diminuir reações adversas GI.

4 APRESENTAÇÃO DO CASO
MOFR, cearense, nascida e residente em Canindé/CE, 43 anos, casada, cor parda, ensino fundamental incompleto, ocupava-se com prendas do lar, morava com o esposo e cinco filhos em bairro carente do município de Canindé/CE, 1,67 m, 90 kg. Cliente passou por cinco partos, um aborto e no momento encontra-se na sétima gestação, a data de sua última menstruação foi dia seis de março de dois mil e dez, com data provável do parto para treze de dezembro de dois mil e dez. A idade gestacional consta na trigésima semana e está de acordo com a data da última menstruação, tendo apresentado hipertensão a partir da vigésima segunda semana. A cliente foi encaminhada da Unidade Básica de Saúde para a Unidade de Referência do município para melhor acompanhamento do pré-natal, pois se tratava de gestação de alto risco. Vale ressaltar que a cliente já esteve internada no Hospital do município por quatro dias.
Observou-se que a gestante apresentava fatores de risco para a DHEG, tais como: idade avançada para uma gravidez, já que a partir dos trinta e cinco anos é considerada gravidez de risco, sobrepeso/obesidade, multiparidade e baixa condição sócio-econômica. Portanto o padrão alimentar adotado era inadequado ao desenvolvimento satisfatório da gravidez e do feto, era desfavorável à prevenção dos riscos da DHEG e, principalmente, era prejudicial à saúde de modo geral. Cliente fazia uso de Metildopa 250mg de 6/6 horas e ASS, orientada quanto à dieta e retorno semanal.
Ao exame físico apresentou: PA: 160x100 mmHg, presença de edema, fundo de útero: 30, batimentos cardiofetais: 148, com queixa de cefaléia, náuseas, insônia, ansiedade devido ao seu estado de saúde. Nos exames laboratoriais realizados consta: Hemograma Completo: 12.6; Hematócrito: 38.1%; Contagem de plaquetas: 172.000; Glicemia em Jejum: 120 mg/dl; Grupo sanguíneo: O +; VDRL: não reagente; HIV: não reagente; HBs Ag: não reagente; Anti HCV: não reagente; Rub.IgG: reagente; Sumário de urina: presença de proteinúria.
No final do estudo de caso, foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem baseado na NANDA:
Quadro 01: Principais diagnósticos de enfermagem emergidos do caso clínico segundo a Taxonomia II da NANDA relacionando seus respectivos domínios e classes. Fortaleza/CE, 2010.
Domínio Classes Diagnósticos
Atividade/Repouso Atividade/exercício Mobilidade física prejudicada relacionada com a intolerância à atividade.
Sono/Repouso Padrão de sono prejudicado relacionado com posição.
Conforto Conforto físico Náusea relacionada com distúrbio bioquímico causado pela gravidez.
Enfrentamento/tolerância ao estresse Respostas de enfrentamento Ansiedade relacionada ao estado de saúde atual.
Nutrição Hidratação Volume de líquidos excessivo relacionado com o mecanismo regulador comprometido.
Ingestão Nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais relacionada com a ingestão excessiva em relação às necessidades metabólicas.
Descreveremos agora os diagnósticos de enfermagem identificados, quais fatores relacionados, suas características definidoras, bem como os resultados esperados e intervenções de enfermagem, segundo NOC e NIC, respectivamente.
Quadro 02: Diagnósticos de enfermagem para mobilidade física prejudicada, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Mobilidade física prejudicada Características Definidoras: dispnéia ao esforço, instabilidade postural.
Fatores Relacionados: ansiedade, desconforto, estilo de vida sedentário, intolerância à atividade.
RE: Promover a reabilitação física gradualmente.
IE: Adotar posição terapêutica e confortável; Massagear panturrilhas três vezes ao dia; Estimular pequenas caminhadas diárias de acordo com a limitação individual.
Quadro 03: Diagnósticos de enfermagem para padrão de sono prejudicado, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Padrão de sono perturbado Características Definidoras: mudança no padrão normal de sono, relatos de dificuldade para dormir.
Fatores Relacionados: Falta de controle do sono, posição para dormir.
RE: Satisfazer a necessidade de sono e repouso.
IE: Discutir sobre posições adequadas ao sono e repouso; Orientar sobre a regularidade de uma horário destinado ao sono e ao repouso; Evitar o uso de alimentos estimulantes.
Quadro 04: Diagnósticos de enfermagem para náusea, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Náusea Características Definidoras: sensação de vômito, relato de náusea.
Fatores Relacionados: distúrbio bioquímico da gravidez.
RE: Atender as necessidades nutricionais e de eliminação.
IE: Manter tórax elevado; Orientar ingestão de pequena quantidade de alimentos com intervalos menores.
Quadro 05: Diagnósticos de enfermagem para ansiedade, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Ansiedade Características Definidoras: aflito, nervoso, perturbações no sono, preocupado, náusea.
Fatores Relacionados: ameaça ao estado de saúde.
RE: Reduzir a ansiedade, proporcionando conforto psico-emocional.
IE: Investigar o nível de ansiedade; Proporcionar tranqüilidade e conforto.
Quadro 06: Diagnósticos de enfermagem para volume de líquidos excessivo, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Volume de líquidos excessivo Características Definidoras: edema, eletrólitos alterados, pressão arterial aumentada.
Fatores Relacionados: mecanismo regulador comprometido.
RE: Reduzir ou combater a presença do edema.
IE: Orientar sobre a ingestão reduzida de sal; Orientar a manutenção das extremidades inferiores elevadas; Orientar para o uso de meias compressivas; Proteger a pele edemaciada de traumas.
Quadro 07: Diagnósticos de enfermagem para nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais, com resultado esperado e intervenção de enfermagem. Fortaleza/Ce, 2010.
DE: Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais Características Definidoras: comer em resposta a estímulos internos que não a fome, nível de atividade sedentário.
Fatores Relacionados: ingestão excessiva em relação às necessidades metabólicas.
RE: Educar o hábito alimentar e atingir o peso saudável.
IE: Orientar sobre o hábito alimentar saudável; Discutir sobre a ingestão alimentar e o ganho ponderal durante a gestação; Orientar sobre a mastigação adequada e os horários regulares para as refeições; Incentivar a abstinência de líquidos às refeições.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção e desenvolvimento do tema: Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) nos permitiu enquanto acadêmicos direcionarmos as nossas pesquisas a casos de mulheres vítimas da doença hipertensiva da gestação. O mesmo nos possibilitou compreender melhor a gravidez e todo o processo vivenciado pela gestante. A partir deste, é possível termos consciência do grande problema de saúde da população, e termos uma melhor dimensão da mortalidade materna, e que apesar de tantos programas e políticas de saúde direcionadas a saúde da mulher, no Brasil ainda temos um índice bastante elevado de mortes maternas.
Este trabalho estimulou ainda a ampliar nosso conhecimento na área e estimular a realização de educação e saúde. Vale ressaltar, que mesmo a gestante realizando todo o pré- natal, ainda ocorrem esse tipo de complicação. Pressupomos então que possa estar havendo falhas no serviço durante o atendimento a essa gestante, ou também pode ocorrer uma falta de colaboração da paciente no que diz respeito aos cuidados cotidianos.
Contudo a DEHG é uma doença que pode ser controlada, se for tratada de maneira correta,e com certeza a partir deste instrumento teremos um maior embasamento para entender e dar continuidade a um atendimento qualificado. Tendo este uma fundamental importância em nosso aprendizado e construção de futuros profissionais de enfermagem.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOM, D.; KORN, D.; FERREIRA, C. Doença hipertensiva especifica da gravidez. Condutas no paciente grave. 25ª ed., São Paulo: Atheneu, p.1181-1184, 1999;
BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério, atenção qualificada e humanizada. Brasília; 2005;
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 3. ed. Brasília; 2000;
CAETANO, Norival; et al. BPR – Guia de Remédios. 10ª ed., São Paulo: Escala, 2010;
CINTRA E. de A.; NISHIDE V. M.; NUNES W. A. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. 2ª edição. Atheneu, São Paulo: 2001;
CUNNINGHAM, F. G.; et al. Erythrocyte morphology in women with severe preeclampsia and eclampsia. Preliminary observations with scanning electron microscopy. Am J Obstet Gynecol., v.153, n. 4, p.358-63, 1985;
DUSSE, Luci Maria Sant'Ana; VIEIRA, Lauro Mello; CARVALHO, Maria das Graças. Revisão sobre alterações hemostáticas na doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG). J. Bras. Patol. Med. Lab, vol.37, n.4, Rio de Janeiro, 2001;
GALDEANO, Luzia Elaine; ROSSI, Lídia Aparecida; ZAGO, Márcia Maria Fontão. Roteiro instrucional para a elaboração de um estudo de caso clínico. Rer Latino-am Enfermagem, v. 11, n.3, p.371-5, maio-junho, 2003;
PERACOLI, José Carlos; PARPINELLI, Mary Ângela. Síndromes hipertensivas da gestação: identificação de casos graves. Rev. Bras. Ginecol. Obstet, v.27, n.10, p.627-634, 2005;
SILVA, Marcelo Tardelli da; SILVA, Sandra Regina L. P. Tardelli da. Cálculo e Administração de Medicamentos na Enfermagem. 2ª ed., São Paulo: Martinari, 2009.



















abril de 2011




















ESTUDO DE CASO

Paciente A.Z sexo masculino, 66 anos, analfabeto, católico, casado, natural de cacuê, agricultor, nunca foi ao posto de saúde,não tem o calendário básico de imunização e nem como comprovar, mora em casa própria com esposa, três filhos e uma nora que está gestante
A água para consumo da família e de poço, nas horas de lazer toma banho de açude e rio
Não realizou cirurgias e nem internação anteriores, sempre fez uso de medicamentos caseiros.
Nega etilismo e fuma deste criança, segundo o paciente não há antecedentes familiares de comorbidade .
Atualmente encontra-se com CA de próstata, realizando tratamento cirúrgico, não demonstra conhecimento acerca da doença, apenas relata dor pélvica ,retenção urinária, hematúria,
Inapetência e perca de peso Tem diaramente apenas seis horas de sono, não pratica exercício físicos diários, porém não deve ser considerado uma pessoa sedentária pois trabalha na lavoura.
Realiza três refeições diárias rica em carboidrato. Higienização pouco satisfatória ,escovando pouco e de maneira inadequada os dentes, unhas grandes e com sujidades,cabelos crescidos, roupas desgastadas. Portador de sangue AB, fator RH negativo, não apresenta disfunções hormonais. A libito está diminuída e apresentou dificuldade de ereção.
Ao exame físico apresenta-se normotenso, bradicárdico, normotérmico, eupnéico, com índice
de massa corporal de 25 caracterizando sobrepeso. Apresenta-se normocefálico, coloração normal do couro cabeludo,ausência de deformidades,próteses, face redonda, simetria com expressões de alegria e esperança ,conjuntiva normocrômica,pupilas com reflexos normais, córnea com presença de arco senil e pálpebra com ptose
Traquéia em linha média, normocrômica, tireóide presente á palpação, pulso carotídeo papável, pulso jugular sem visualização, ausência de linfadinopatia,Tórax com forma normal, ausência de abaulamento/ depressões Respiração toráxica,ritmo respiratório regular.
Tosse produtiva ,provavelmente decorrente do tabagismo de muito anos, bases pulmonares com Boa expansibilidade.extretror fino. Ausência de lesões na caixa toráxica, enchimento capilar presente, normoesfigmo e ritmo regular, bulhas cardíacas com sonorização normal ,Ausência de ruídos extras e sopros, ausência de dor, nódulos, massas e exsantema ao palpar mamas e axila. Coluna vertebral com presença de leve escoliose
Abdomem simétrico ,cicatriz umbilical plana situação na linha média,ausência de lesões, cicatriz,abaulamento. Ruído hidroaéreos presentes ausência de frêmito ou sopro Predominância de timpanismo nos quatro quadrantes, macicez hepática de aproximadamente
9 cm na linha hemiclavicular direita. Abdome
Flácido, ausência de massa ,tumor ou visceromegalias Braços e pernas simétricos,
Ausência de próteses , pele escurecida e ressecada pelas exposição excessiva ao sol
Paciente encontra-se em sondagem vesical para irrigação, não sendo realizado o toque
Retal.